Saiba o que a geração Z pensa sobre trabalho
Termos como “quiet quieting” ou “demissão silenciosa” e “resenteeism” vêm ganhando força no mercado de trabalho. Confira a pesquisa!
A geração Z, composta por jovens nascidos entre meados da década de 1995 e o início dos anos 2010, possuem uma perspectiva diferente sobre o trabalho em relação às gerações anteriores.
Com idades entre 13 e 28 anos, este perfil tem introduzido dois termos no mundo corporativo: “quiet quieting” ou “demissão silenciosa” e “resenteeism”.
O primeiro termo (demissão silenciosa) se refere a uma forma sutil de demissão na qual o empregador ou gestor, ao invés de demitir o funcionário explicitamente.
Desse modo, o empregador adota uma série de medidas que tornam o ambiente de trabalho insustentável ou desestimulante para o empregado, levando-o a pedir demissão voluntariamente.
Isso pode incluir a diminuição das responsabilidades, a exclusão de atividades importantes, a retirada de benefícios ou promoções, a falta de feedbacks construtivos, entre outras ações que geram um clima de hostilidade ou desrespeito ao funcionário.
O segundo termo, conhecido como “resenteeism” ou “ressentimento” se refere a uma prática na qual um funcionário comparece ao trabalho.
Mas, não consegue desempenhar suas funções de forma adequada devido a problemas de saúde física ou mental, baixa motivação, desinteresse ou insatisfação com o trabalho.
É diferente do absenteísmo, que se refere à ausência do funcionário no trabalho por razões de saúde ou pessoais.
Pesquisa sobre a relação da geração Z e o mercado de trabalho
Tentando compreender um pouco mais sobre a relação conturbada construída entre a geração Z e o mercado de trabalho, o Instituto Travessia realizou uma pesquisa com diversos profissionais de 19 a 27 anos da região de São Paulo.
A maioria dos respondentes possuem renda de R$4 mil a R$10 mil e pertencem a classe B ou C.
Durante o desenvolvimento da pesquisa, foi possível compreender melhor o perfil dos profissionais da geração Z, assim como compreender tópicos importantes para estes jovens, como saúde mental, trabalho, etc.
Ambiente corporativo inclusivo e flexível
A geração Z tem um forte senso de propósito em relação ao trabalho, buscando atuar em empresas e projetos que estejam alinhados com seus valores e objetivos pessoais.
Eles tendem a ser mais engajados com causas sociais e ambientais, e esperam que as empresas também sejam comprometidas com essas questões.
Além disso, questões relacionadas à diversidade, inclusão e ética também fazem parte do ambiente corporativo desejado por este perfil.
A geração Z tende a valorizar a autonomia e a liberdade no trabalho, buscando trabalhar em projetos que permitam que eles tenham um alto grau de independência e responsabilidade.
Eles tendem a ser empreendedores, buscando criar seus próprios negócios ou projetos pessoais que lhes permitam ter mais liberdade e controle sobre suas vidas.
Maior dependência dos pais
Conquistar a independência financeira pode ser um desafio em um mercado de trabalho adverso.
Desse modo, uma das alternativas que a geração Z tem usado para enfrentar esse problema é bastante evidente: a dependência, principalmente em relação aos pais.
Dos indivíduos desse grupo, apenas um não vive com a família, enquanto a maioria admite não ter condições de bancar as despesas de uma casa.
Mesmo entre aqueles com idade entre 24 e 27 anos, quatro deles se encontram nessa situação.
Foco em estabilidade, e não em luxo
Os jovens entrevistados por Dorgan Filho compartilham o objetivo de conquistar estabilidade financeira, juntamente com o bem-estar, embora não tenham expressado claramente o que isso significa para eles.
Em contrapartida, deixaram claro que preferem qualidade de vida à riqueza, considerando o dinheiro como uma forma de garantir a estabilidade, não necessariamente o luxo.
Um dos entrevistados afirmou: “Não quero ser rico e frustrado”, indicando que a felicidade e a realização pessoal são mais importantes do que a acumulação de bens materiais.
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